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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

ORIGENS DO SINDICALISMO NO BRASIL: SAIBA COMO TUDO COMEÇOU

CLASSE OPERÁRIA
Sua origem remonta nos últimos anos do século XIX e está vinculada ao processo de transformação de nossa economia, cujo centro agrário era o café: substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado; transferência do lucro do café para a indústria; e poder político nas mãos dos cafeicultores. Suas primeiras formas de organização foram: 1. Sociedades de socorro e ajuda mútua; e 2. União operária, que com o advento da indústria passou a se organizar por ramo de atividade dando origem aos sindicatos.
• 1720 - Um dos primeiros e mais importantes movimentos grevistas ocorreu no Porto de Salvador, na época o maior das Américas
• 1858 - Primeira Greve - Tipógrafos do Rio de Janeiro, contra as injustiças patronais e reivindicaram aumentos salariais.
• 1892 - I Congresso Socialista Brasileiro. O objetivo da Criação do Partido Socialista Brasileiro não foi atingido.
• 1902 - II Congresso Socialista Brasileiro - Influência de Marx e Engels. Obs: Ler trecho do Manifesto página 49.
• 1906 - I Congresso Operário Brasileiro. Um total de 32 delegados na sua maioria do Rio e São Paulo, lançou as bases para a fundação da Confederação Operária Brasileira (C.O.B.). Nesse Congresso participaram as duas tendências existentes na época: 1. Anarco-Sindicalismo, negava a importância da luta política privilegiando a luta dentro da fábrica através da ação direta. Negava também a necessidade de um partido político para a classe operária. 2. Socialismo. Reformista, tendência que propunha a transformação gradativa da sociedade capitalista defendia a Organização Partidária dos Trabalhadores e participava das lutas parlamentares. A ação anarquista começou a se desenvolver entre 1906 até 1924.
• 1913 e 1920 - II e III Congresso Operário, tentando reavivar a Confederação Operária Brasileira. Desde essa época o governo tentava controlar o movimento sindical. Exemplo disso foi o Congresso Operário de 1912, que teve como presidente honorário Hermes da Fonseca, então presidente da República. A greve teve peso expressivo em São Paulo, mas se estendeu em diversos estados.
• Sindicatos Amarelos (luta imediatista) Nesta época, as lideranças sindicais eram obedientes à ordem burguesa. Embora dirigissem categorias combativas como os ferroviários e marítimos, conciliavam com o Estado.
Enquanto isso, os Anarco-Sindicalistas, ao deflagrarem uma greve, viam como um momento da greve geral que destruiriam o capitalismo.

Era Vargas
• 1930 - O Ministério do Trabalho procura conter o operariado dentro dos limites do Estado burguês. Política de conciliação entre capital e trabalho.
• Lindolfo Collor, 1º Ministro do Trabalho. Lei sindical de 1931 (Decreto 19770) criou os pilares do sindicalismo oficial no Brasil. Controle financeiro do Ministério do Trabalho sobre os sindicatos. Definia o sindicalismo como órgão de colaboração e cooperação como Estado.
A maioria dos sindicatos resistiu até meados de 1930. Somente alguns sindicatos (25%) do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul aderiram a esta lei. O movimento grevista foi intenso, conseguindo algumas conquistas como: Lei de Férias, descanso semanal remunerado, jornada de 8 horas, regulamentação do trabalho da mulher e do menor, entre outros. Algumas destas leis já existiam apenas para as categorias de maior peso, como ferroviários e portuários. Nesse momento estendeu-se a todos os trabalhadores.
Nessa época predominavam no seio do movimento operário, algumas tendências, como: Anarco-Sindicalistas - Federação Operária de São Paulo
Socialistas - Coligação dos sindicatos proletários de 1934. Lutavam pela completa autonomia sindical.
Comunistas - 1934 - Federação Sindical Regional no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1935 realizou a Convenção Nacional de Unidade dos Trabalhadores, reunindo 300 delegados representando 500.000 trabalhadores, quando reorganizam a Confederação Sindical Unitária, central sindical de todo o movimento operário no Brasil.
Junto com as lutas sindicais cresciam também as mobilizações das massas trabalhadoras. Em março de 1934, foi fundada a Aliança Nacional Libertadora, dirigida pelo PCB, já com Luis Carlos Prestes. Foi citado no VII Congresso da Internacional Comunista como exemplo de frente popular democrática - 400.000 membros. No dia 4 de abril desse ano, foi realizado o primeiro comício da ANL. O governo reprimiu e decretou a Lei de Segurança Nacional, proibindo o direito de greve e dissolvendo a Confederação Sindical Unitária. Alguns meses depois, Felinto Müller coloca a ANL na ilegalidade, estes optaram pelo levante armado e foram violentamente reprimidos. Foram criados o Estado de Sítio e a Comissão de Repressão ao Comunismo
Em 1939, Decreto-Lei 1402. O enquadramento sindical, que tinha a função de aprovar ou não a criação de sindicatos. Este órgão era vinculado ao ministério do Trabalho. Nesse mesmo ano criou-se o imposto sindical.
Ressurgimento das lutas sindicais - 1945 a 1964
• Debilidade do Estado Novo;
• Avanço das oposições;
• 1943 - Manifesto dos mineiros, oposição liberal;
• 1945 - O movimento popular, sob o comando do PCB, conquistou a anistia ampla e irrestrita, libertando os presos políticos, comunistas que estiveram presos durante todo o Estado Novo. Legalização do PCB;
• Dezembro de 1945 - Eleições presidenciais. Convocação de Assembléia Nacional Constituinte;
• Lei Antitruste - Desapropriadas empresas estrangeiras lesivas aos interesses nacionais;
• Fechou-se a Organização Sociedade Amigos da América, representante do imperialismo norte-americano;
• Reataram-se as relações diplomáticas com URSS. Vargas foi deposto e no mesmo ano acabou a intervenção do Ministério do Trabalho nos sindicatos;
• 1945 - Criou-se o MUT - Movimento Unificador dos Trabalhadores. Objetivos: romper com a estrutura sindical vertical; retomar a luta da classe operária; liberdade sindical; fim do DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda; enfim do Tribunal de Segurança Nacional;
• Setembro de 1946 - Congresso Sindical dos Trabalhadores do Brasil, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 2.400 delegados. Os comunistas criaram a Confederação Geral dos Trabalhadores;
• Golpe de 29 de outubro de 1945. Reacionário e anti-popular, freou os avanços das classes populares. Apesar do golpe nas eleições de dezembro de 1945, o PCB, que em poucos meses de legalidade tornou-se o maior partido comunista da América Latina com cerca de 200.000 membros, conseguiu 10% de eleitorado para presidente da República. Elegeu 14 deputados e um senador, Luis Carlos Prestes, o mais votado da República.
Apesar do avanço dos setores operários e populares, a elite conservadora através da União Democrática Nacionalista - UDN e PSD detinham 70% do parlamento e com isso barrava todas as investidas do PCB que na ação parlamentar fazia alianças com o PTB.
• 1946 - Dutra proibiu a existência do MUT e suspendeu as eleições sindicais.
• 1947 – Dutra determinou a ilegalidade do PCB, cassando o mandato de seus representantes no parlamento.
• 1950 - Último governo Vargas. Novamente o movimento sindical atingiu grande dimensão.
• 1940 a 1953 - a Classe trabalhadora dobrou seu contingente. 1.500.000 trabalhadores nas indústrias. As greves tornaram-se constantes.
• 1951 - Quase 200 paralisações - 400.000 trabalhadores.
• 1952 - 300 paralisações.
• 1953 - Luta da classe operária contra a fome e a carestia atingiu cerca de 800.000 operários. Só em São Paulo realizaram-se mais de 800 greves. Neste ano realizou-se a greve dos 300.000 trabalhadores de São Paulo (trabalhadores de empresas têxteis, metalúrgicos e gráficos), houve participação intensa do PCB. Foram movimentos de cunho político, acima das reivindicações econômicas. Reivindicavam liberdade sindical, contra a presença das forças imperialistas, em defesa das riquezas nacionais - campanha pela criação da Petrobrás e contra a aprovação e aplicação do Acordo Militar Brasil - EUA. Foi criado o pacto de Unidade Intersindical, depois se transformou no PUA (Pacto de Unidade e ação). Criou-se também o PIS (Pactos Intersindicais) na região do ABC. A indústria têxtil estava concentrada, sobretudo nos bairros paulistas. Nos anos 1950 e 1960 as grandes greves da região foram resultados de ações intensas dos sindicatos para as campanhas salariais.
• 1924 - 1974 - A grande revolta de 1924 em São Paulo levou o governo federal a atacar a maior capital do país, expulsando estrangeiros e atingindo os anarquistas que tinham muito peso principalmente na colônia italiana. Meio século depois, o movimento proletário cresceu surgindo o novo sindicalismo, que retomou as comissões de fábrica, propondo um modelo de sindicato livre da estrutura sindical atrelada e uma ação classista. Esse fenômeno foi constituído inclusive pelo ABDC paulista (cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema). São Bernardo e Diadema integraram uma frente de esquerda, concluindo o PCB, tendo importante participação da AP, responsáveis por inúmeros movimentos de trabalhadores.

A nova cara do sindicalismo brasileiro
Aquele que já foi um dos sindicalismos mais combativos nos anos 80 agora se defende dos ataques neoliberais. A tese da ascensão e queda do movimento sindical brasileiro cai por terra quando se analisam os últimos 20 anos de lutas entre capital e trabalho no país. O que se vê é um movimento que encontra seu lugar nas transformações que ocorrem em todo o mundo
A visão da decadência do sindicalismo brasileiro vem amparada por vários elementos, desde a brutal redução do número de greves até a perda de conquistas importantes com a precarização do trabalho imposta pelo neoliberalismo no Brasil. É preciso voltar mais atrás no tempo para perceber que a história sindical brasileira é fora do comum.
Até o final dos anos 80 e mesmo no início dos 90, já com algumas dificuldades, o movimento sindical brasileiro cumpriu o papel de irradiador de conquistas sociais por todo o país. Metalúrgicos, bancários, petroleiros e funcionários públicos foram setores profissionais que marcaram época. Hoje, sua situação mudou. Os dois primeiros vitimados pelas transformações estruturais do mundo do trabalho e os dois últimos como alvo de uma política agressiva do governo neoliberal de FHC.
No fim dos anos 70 e início dos 80, as categorias mais mobilizadas davam o tom das lutas sindicais. Foi assim com as sucessivas políticas de indexação salarial, que uma vez conquistadas por categorias como metalúrgicos, bancários e petroleiros, logo terminaram se tornando regra geral para todos os assalariados. E foi assim também com todos os direitos inscritos na Carta Constitucional de 1988 a partir da pressão das categorias mais organizadas.
"As próprias centrais sindicais foram produto de um enorme investimento por parte deste núcleo mais dinâmico do sindicalismo e tiveram papel importantíssimo na organização de segmentos de trabalhadores sem tradição sindical", afirma o professor Álvaro Comin, do Departamento de Sociologia da USP e pesquisador do Cebrap. Ele acredita que esta capacidade de universalização de ganhos e direitos a partir dos mais organizados é que foi comprometida nesta década que termina. "Muitos sindicatos continuam fazendo das tripas coração para arrancar acordos razoáveis para seus representados e cada vez mais tem conseguido. Só que as conquistas obtidas no ABC ou entre os bancários, por exemplo, não têm a mesma capacidade de irradiação de antes e tendem a se restringir a um número muito limitado de trabalhadores", afirma Comin.
Metalúrgicos e bancários, dois setores importantes do sindicalismo, foram abatidos pelo desemprego. "Os metalúrgicos foram desempregados pela política de desindustrialização dos governos federais ao longo dos anos 90, e os bancários foram desempregados pelas compras, fusões e informatização", relata Armando Boito, professor do Departamento de Ciência Política da Unicamp. Foram fechados centenas de milhares de postos de trabalho nos bancos e na indústria ao longo desta década. Boito, autor do livro Política neoliberal e sindicalismo no Brasil (Editora Xamã), ressalta que a descentralização industrial é outro fator que influenciou o sindicalismo. "Veja-se o caso do Brasil, onde as montadoras estão abrindo ou ampliando instalações em regiões de pouca ou nenhuma tradição sindical. No curto prazo, isso debilita o sindicalismo. Atemoriza os metalúrgicos organizados do ABC e não cria focos novos de sindicalismo operário no Brasil. Porém, a julgar pela experiência da Volkswagen em Resende (estado do Rio), a luta sindical e grevista de metalúrgicos, a médio prazo, estará mais espalhada por todo o país", afirma o professor da Unicamp.
Além dos bancários e dos metalúrgicos, outro setor básico no sindicalismo brasileiro era o funcionalismo público. "Esse setor está ideologicamente derrotado. Os sucessivos governos neoliberais conseguiram apresentá-lo como um bando de ‘marajás’ ou de ‘parasitas’. Esses aspectos político e ideológico foram decisivos no caso do sindicalismo do setor público, que depende, mais do que o setor privado, de certo apoio da opinião pública para conduzir com sucesso uma greve", analisa Boito, para quem a ideologia neoliberal isolou o servidor público dos usuários, ou voltou esse usuário contra o servidor. Para ele, esse fato representou um golpe para o sindicalismo dessa categoria e esse movimento entrou em refluxo.
Avaliação diferente tem Eduardo Nogueira, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos e autor do livro Entre a lei e a arbitrariedade: Mercado e relações de trabalho (Editora LPR). "O funcionalismo público tem mais capacidade de fazer greve neste momento porque é menor o risco de desemprego. Além disso, o setor público tem capacidade de causar um impacto social com suas greves porque é um prestador de serviços. Tem um impacto imediato na população porque o órgão prestador de serviço não pode estocar esse serviço".
Noronha ressalta que está havendo um crescimento do sindicalismo do setor público em todo o mundo, tanto pelo decréscimo do setor industrial como por um aumento efetivo dos empregos públicos. Mas, nos últimos anos, ele assinala que os salários do setor público cresceram menos do que os do setor privado. Noronha chega a dizer que, devido a essa evolução na capacidade de ação do funcionalismo público, existe a tendência de que os trabalhadores deste setor venham a ocupar os cargos principais dentro das centrais sindicais.
Outro fator que levou o sindicalismo brasileiro ao refluxo foi a repressão. Caso típico foi o da greve dos petroleiros em 1995, quando o governo FHC estrategicamente intensificou a repressão ao movimento. "A greve dos petroleiros é um marco dessa política", assinala Glauco Arbix, professor do Departamento de Sociologia da USP. "Os petroleiros não tinham sido atingidos pelo desemprego e não estavam ideologicamente desmoralizados frente à opinião pública. Tinham um sindicalismo forte. O governo, para dobrá-los, usou a repressão", lembra Armando Boito, ressaltando que, além da ocupação de refinarias com tropas do Exército – a repressão no sentido tradicional do termo –, o governo efetivou a perseguição legal dos sindicatos de petroleiros, com imposição de multas e outras represálias.
CRONOLOGIA

Era uma vez uma inflação que viveu camuflada por muito tempo entre as pessoas. Todo mundo sentia sua incômoda presença nos salários que diminuíam e nos preços que subiam. Mas o general de plantão e seu ministro (nesta história estes papéis cabem a Médici e Delfim) negavam a existência de tal bicho em tamanhas proporções. Até que um dia o rabo aparece e, pelo tamanho do rabo, dava pra se ver o tamanho do bicho. Em 77, o Banco Mundial publica em uma nota ao pé de página de seu relatório, que a inflação no Brasil, de 73 a 74, havia sido de 23,5% e não de 15,4% como haviam divulgado à população, que até saber da verdade, estava crente no milagre. A notícia se espalhou e chegou no ABC. Os metalúrgicos resolveram cobrar o prejuízo acumulado (34,1%, segundo cálculos do DIEESE), daí, era uma vez um milagre. Começava um novo sindicalismo, que iria ser decisivo na recondução do País à democracia.
1978
A história do novo sindicalismo no Brasil começou aqui, quando os trabalhadores da Scania, uma montadora de veículos em São Bernardo do Campo, ABC Paulista, realizam uma greve por reajuste salarial. O movimento desafia a Lei de Greve, imposta pelo regime militar. É um gesto corajoso. O regime responde com dureza a ousadia dos metalúrgicos. Depois disso, muita coisa começa a mudar no País.
1979
O general João Batista Figueiredo assumiu o comando e, em seu discurso de posse, promete fazer do País uma democracia. E quem fosse contra, ele arrebentava e mandava prender. Dito e feito ao contrário. A ditadura baixa a repressão em cima dos metalúrgicos, que lutam justamente por democracia. O governo intervém no sindicato pela Segunda vez depois do golpe de 1964.
1980
O sindicato voltou para as mãos dos trabalhadores, que reiniciam a luta. O governo intervém novamente. Lula, principal líder dos metalúrgicos e vários diretores do sindicato são presos. Os confrontos de trabalhadores e policiais transformam São Bernardo em campo de batalha. Cresce o movimento por anistia ampla geral e irrestrita no País. Para tentar conter o avanço da democracia, a extrema-direita apela para o terror. Fruto da luta dos metalúrgicos do ABC, nasce o PT, Partido dos Trabalhadores, que marcaria de forma definitiva o cenário político do País, defendendo as questões sociais do trabalhador.
1981 As bombas da extrema-direita continuaram a explodir. Dessa vez o tiro sai pela culatra. No dia 1º de maio, uma bomba explode no colo de um sargento do Exército dentro de um carro no estacionamento do Riocentro (RJ), onde se realizava um show de comemoração ao 1º de maio. Os trabalhadores reassumem novamente o sindicato. Na Ford, surge a primeira comissão de fábrica dos trabalhadores. Nos Estados Unidos, surgem os primeiros casos de AIDS.
1982
As novas tecnologias chegaram em algumas fábricas do ABC trazendo a automação para as linhas de produção e aumentando o número de desempregados na categoria. Em novembro acontecem as primeiras eleições livres para governadores, prefeitos e vereadores depois do golpe militar de 1964. Para um partido estreante e contando apenas com o apoio de sua militância, o PT obtém expressivo número de votos. Inglaterra e Argentina entram em guerra pela posse das ilhas Falklands/Malvinas.
1983
Este foi o ano em que o governo do general Figueiredo usou e abusou dos decretos-lei (2.012, 2.036, 2.045, 2.064, 2.065...) Todos surgem as medidas recessivas impostas pelo FMI à economia do País. Os metalúrgicos realizam greves por reposição salarial e contra as medidas do governo. O sindicato sofre sua quarta intervenção. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) é fundada em 28 de agosto.
1984
Os metalúrgicos do ABC colocam em prática a Operação Tartaruga dentro das fábricas. A operação consiste em desacelerar a produção para obrigar os patrões a negociarem reajustes salariais. Liderado pelo PT, o movimento pelas eleições diretas cresce em todo o País e atrai diversos partidos políticos para o palanque das eleições livres para presidente. Mas no dia 25 de abril, o Congresso Nacional frustra o desejo de milhões de brasileiros e nega o direito do voto popular para escolha do presidente da Nação.
1985
O povo não vota, mas Tancredo Neves é o novo presidente eleito pelo Colégio Eleitoral no dia 15 de janeiro. O país assiste a agonia e morte do presidente eleito sem vê-lo tomar posse. No dia 15 de março assume Sarney, o vice. O povo acumula frustrações. Além de não votar para presidente, seria governado por um vice. Muitas greves acontecem neste ano e a principal reinvindicação de todas elas é a redução da jornada sem redução de salário. Os metalúrgicos não querem apenas ter mais qualidade de vida, eles também querem mais emprego e a redução é a solução.
1986
Em fevereiro, o governo lança o Plano Cruzado, que reajusta os salários pela média dos últimos seis meses e congela os preços a partir da data de sua divulgação. Em maio, começam os boicotes de produtos, e o primeiro a desaparecer do mercado é o leite. Apesar das folhas do plano, o governo mantém os preço congelados até as eleições e se utiliza do pacote como cabo eleitoral vencendo as eleições na maioria dos Estados. Imediatamente após as eleições, o governo faz reajustes no plano e lança o Cruzado II, com aumento de tarifas e medidas para conter o consumo. Pecuaristas sabotam o mercado para aumentar os preços e escondem o boi morto. O governo não age com a mesma energia com que combate os trabalhadores e a carne some do mercado. Quando aparece vem com a cobrança de ágio. O governo anuncia oficialmente que não tem mais controle sobre os preços. Mikhail Gorbatchov inicia a abertura política e econômica (Glasnost e Perestroika) na ex-União Soviética.
1987
O ano começa com o Cruzado II. Novos ajustes, mais arrocho. A dívida externa é de 108 bilhões de dólares. Em todo o Brasil, surgem manifestações de protesto contra as medidas econômicas. Em agosto, a população chega a saquear supermercados. O Plano Bresser vem com novas medidas que apertam ainda mais o cinto da população. Os trabalhadores fazem pressão para a participação popular na Assembléia Nacional Constituinte.
1988
No começo do ano, no dia 04 de janeiro. O Brasil perde o humor de Henfil, que retratava como ninguém as mazelas do País e combatia o regime militar com implacável ironia e sarcasmo. Internado desde agosto do ano interior morre vítima de Aids, contraída em uma transfusão de sangue. Sarney quer ficar mais um ano no poder e para isso barganha votos com os parlamentares do Centrão, conhecidos pelo fisiologismo da política do é dando que se recebe. O sindicato inicia a campanha por eleições diretas em 88. Na Polônia, os trabalhadores do estaleiro de Gdansk lutam por democracia. No dia 05 de junho, o Centrão consegue aprovar cinco anos para Sarney. Os trabalhadores reconhecem avanço na nova Constituição. O país entra na hiperinflação e as perspectivas são de 830% para o final de ano. Na Bolívia, a inflação já bate os 30.000%. Três trabalhadores são mortos pelo Exército na ocupação da Companhia Siderúrgica Nacional, de Volta Redonda (RJ). O sindicalista Chico Mendes é assassinado em Xapuri, no Acre, em 22 de Dezembro. A notícia tem repercussão mundial. O ano termina com um saldo de 150 trabalhadores rurais mortos em conflitos de terra no País.
1989
O ano começa com o naufrágio do Bateau Mouche no reveillón carioca. Depois do Cruzado I e II e do plano Bresser, o governo anuncia o plano verão e institui o empréstimo compulsório. Em todo o país, greves atingem 2.5 milhões de trabalhadores. Paralisações em São Bernardo chegam ao 18º dia; os trabalhadores realizam uma passeata em direção a Diadema. No caminho são recebidos pela polícia. No confronto com os policiais, quatro trabalhadores são baleados. Socorridos a tempo pelos companheiros, os quatros sobrevivem. Na Argentina, o Plano Austral afunda, a inflação é de 4% ao dia. O Brasil vai ao segundo turno. Com o apoio do maior e mais poderoso veículo de comunicação do País, Collor é vendido como um produto, o Caçador de Marajás. Lula, candidato do PT, sem contar com o apoio da mídia e de grande parte da elite, tem sua campanha bancada pela militância do partido. Apresenta um projeto político e econômico para os problemas brasileiros com a perspectiva do trabalhador, tendo como prioridade as questões sociais. Collor vence no segundo turno, com a promessa de acabar com a inflação e a corrupção no País. Cai o muro de Berlim.
1990
O Presidente eleito Fernando Collor, começa o ano de férias no circuito Ilhas Seychelles - Europa. Com avião particular, empregados e convidados, hospeda-se em hotéis de alto luxo e come nos mais finos restaurantes. O Brasil está entrando no Primeiro Mundo. O novo presidente parece ter trânsito livre nos melhores salões do mundo. No dia 16 de março, um dia depois de sua posse, Collor e Zélia Cardoso, ministra da economia, anunciam as novas medidas econômicas. Por meio de um pacote com 17 medidas provisórias, Collor apodera-se de quase todo o dinheiro depositado no Banco e nas instituições financeiras do País, inclusive nas cadernetas de poupança. Quase todo, porque ele mesmo, equipe econômica, amigos, parentes e afins, coincidentemente, não tinham nenhuma grande quantia depositada ou aplicada no dia do anúncio no dia das medidas. O restante de desavisados, milhões de brasileiros, estão perplexos, acabavam de ser roubados. Collor dá seu show de proezas atléticas pilotando caças, jet-ski e motocicletas contrabandeadas. Pequenos comerciantes em dificuldades financeiras fecham as portas. A única bala que ele diz ter para acabar com a inflação falha. Collor, em nova tentativa, apela para as artes marciais e diz que desta vez derrotaria a inflação com um ippon (Golpe fatal do Karatê). Em setembro são encontrados 1700 corpos enterrados em vala comum no cemitério Dom Bosco, em Perus, zona norte de São Paulo. Os corpos são de militantes paulistas desaparecidos durante a ditadura militar. O Iraque invade o Kuait e a Alemanha é reunificada.

1991
Os Estados Unidos iniciam um ataque ao Iraque, começa a guerra no Golfo Pérsico. No Brasil, o plano imexível precisa de alguns ajustes. Um novo pacote vem para arrochar ainda mais os salários dos trabalhadores. Supermercados fecham as portas durante o horário comercial para a festa de remarcação de preços. O sindicato acaba com o imposto sindical, instituído por Getúlio Vargas como forma de manter o sindicato atrelado com o governo. A inflação acumulada de março de 90 a março de 91 era de 931,45%, segundo cálculos do Dieese. Collor diz que tem aquilo roxo. Zélia perde o controle da paixão e da inflação, aos olhos de todos dança um bolero caliente com o então ministro da Justiça, Bernardo Cabral. Em outubro, o sindicato propõe o contrato coletivo de trabalho, que prevê liberdade e autonomia sindical em substituição à CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) da época de Getúlio Vargas. Em dezembro, o Sindicato realiza uma vigília contra a recessão para discutir soluções para a crise econômica, com a presença do governador do Estado, da prefeita de São Paulo, do presidente da Fiesp, de líderes religiosos, de artistas e de milhares de trabalhadores. O Sindicato traz toda a sociedade para discutir juntos novos caminhos para o Brasil. Começa a guerra civil entre sérvios e croatas, na ex-Iugoslávia.
1992
Em 17 de janeiro, Magri, ministro do trabalho, sai do governo desmoralizado e famoso pela criação do termo imexível e por dizer que sua cadela é um ser humano. É o oitavo ministro a deixar a posto desde a posse de Collor. No vocabulário econômico surge a palavra estagflação, mistura de inflação com recessão. O Sindicato propõe a produção de carros populares como alternativas de desemprego na Câmara Setorial da Indústria Automobilística em Brasília. Na imprensa, Pedro Collor, irmão do presidente faz sérias acusações denunciando esquema de propina no governo comandado por Paulo César Farias, O PC, ex-tesoureiro da campanha de Collor. Em maio, o Partido dos Trabalhadores pede a abertura de uma comissão parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o enriquecimento de PC. Em julho o Sindicato realiza a Vigília da Terra para discutir a reforma agrária. Liderados pelo PT e pela CUT, o Movimento pela Ética na Política realiza no dia 08 de agosto a primeira grande manifestação pedindo o impeachment de Collor, na praça da Sé em São Paulo. Elle aparece na TV e pede a nação que vista verde e amarelo para demonstrar apoio ao seu governo. O tiro sai pela culatra. De forma espontânea, a população decide se manifestar saindo às rua vestida de preto, representando o luto da nação pela corrupção no governo. No dia 29, os metalúrgicos decretam uma greve cívica para acompanhar a votação do afastamento de Collor. Todo o ABC converge para o Paço Municipal de São Bernardo. Por 441 votos a favor, 32 contra e 23 ausências e abstenções, Collor é afastado da presidência. Itamar Franco, o vice de Collor, assume. No dia 2 de outubro a Polícia Militar do governo Fleury invade o Pavilhão 9 do Carandiru para reprimir uma rebelião e mata 111 presos.
1993
Itamar recebe de Lula, presidente do PT, o programa petista de combate à fome, elaborado pelo partido de 91. O programa é elogiado por Itamar, mas quem acaba de fato assumindo a idéia, de corpo e alma, é Betinho, na época conhecido como irmão do Henfil. O então ministro do governo de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, anuncia seu plano econômico, na época, chamado de Plano Verdade. Segundo Fernando Henrique, o plano tem três fases. A que está sendo implantada é de controle de gastos públicos e por enquanto, não interfere nos salários. PC Farias some do mapa em julho. Policiais atiram em meninos e meninas que dormiam na praça da Igreja Candelária, no Rio de Janeiro. Morrem seis meninos. A repercussão do caso alcança o mundo, que volta a se estarrecer com o país da miséria, da violência e da impunidade. A PF procura PC. O governo corta três zeros do cruzeiro, que posteriormente, passaria a se chamar Real. Policiais são autores de mais uma chacina no Rio, dessa vez são 21 mortos na favela do Vidigal. A Argentina adota o plano Cavallo contra a inflação. O Sindicato realiza a Vigília pela Criança e pelo Adolescente. A campanha contra a fome cresce no ABC. Em outubro, estoura o Escândalo do Orçamento. José Carlos Alves dos Santos, diretor do Orçamento da União, é acusado da mandar matar sua mulher. As investigações revelam que, enquanto exerceu o cargo, durante o governo Collor, José Carlos montou uma verdadeira quadrilha de desvio de verbas da União. Em seu depoimento, dá o nome de vários parlamentares que participaram do esquema. O líder do grupo é o deputado João Alves que se defende das acusações dizendo que sua fortuna vem da sorte de ter ganhado 121 vezes na Loteria, com as graças de Deus. No dia 29 de novembro, PC Farias é preso na Tailândia. No dia 07 de dezembro, Fernando Henrique, anuncia a segunda fase de seu plano econômico. Entre as medidas, a criação da URV (Unidade Real de Valor), índice de correção de preços para a transição da nova moeda, o real, que passaria a vigorar na fase final do plano, prevista para 94. A categoria intensifica a arrecadação de alimentos para o Natal sem fome. Betinho torna-se símbolo da campanha.
1994
Na implantação da URV, os salários são convertidos pela média dos últimos 12 meses, o que significa perdas salariais para os trabalhadores que já acumulam prejuízos com a inflação, que em março é de 45,71%. Em abril os negros da África do Sul, maioria da população, recuperam o direito de votar e elegem Nelson Mandela, o primeiro presidente negro do país e inauguram com festa a democracia e fim do apartheid. Fernando Henrique assume a candidatura à presidência e passa o cargo de ministro da Fazendo para Rubens Ricupero. Em 1º maio, Dia do Trabalhador, morre Ayrton Senna, piloto tricampeão da Fórmula-1. A nação inteira chora a morte do ídolo que representava o Brasil com vitórias espetaculares. Ricupero vai a TV para explicar como seria a transição da URV para o real e deixa todo mundo confuso com palavras como paridade fixa, conversibilidade, variação cambial... Durante esse processo de transição, o país tem duas moedas em circulação - o cruzeiro real e o real, sem contar o URV, uma confusão danada. Em 1º de julho é implantado o real e a população tem um prazo de 15 dias para fazer a troca de cruzeiro real por real nos bancos. Quem faz compras não pode esquecer de levar a tabela de conversão, mesmo assim a confusão é grande. O Brasil torna-se campeão mundial de cólera. A seleção é tetracampeã sem ter mostrado muito futebol. Usando a máquina do governo e o Real como cabo eleitoral, Fernando Henrique se elege no primeiro turno. Logo após as eleições, o governo faz reajustes e lança um pacote anticonsumo, aumentando os juros. A inflação é de 3,17%. Em novembro, o Exército ocupa os morros do Rio. No dia 8 de dezembro, a poesia, a natureza, o Brasil, o mundo e a música perdem Tom Jobim. PC Farias é condenado a 7 anos de prisão em regime semi-aberto e ao pagamento de uma multa de 200 salários mínimos - na época R$ 21 mil - por movimentar contas fantasmas. PC Farias comemora. Fernando Henrique termina o ano como Papai Noel, distribuindo cargos aos aliados.
1995
O México quebra e os Estados Unidos passam o chapéu para cobrir o rombo. Fernando Henrique barganha as reformas Constitucional e da Previdência. Sindicato realiza a vigília em Defesa da Previdência. Greve dos petroleiros dura 32 dias e refinarias são ocupadas pelo Exército. Com a participação do Sindicato no processo de negociação, trabalhadores da Mercedes-Benz são os primeiros a fechar acordo de participação nos lucros e resultados. No primeiro ano do Real as fábricas anunciam férias coletivas - um nítido sinal de recessão e desemprego à vista. Número de inadimplentes é recorde no SPC. PC Farias é liberado para voltar para casa. Com o Proer, o governo despeja bilhões de reais para socorrer bancos falidos. Quem paga a conta é o contribuinte. Enquanto a inflação cai, o desemprego sobe. Flexibilização, reestruturação, globalização e custo Brasil são novidades para justificar o desemprego. Escândalo do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) derruba o ministro da Aeronáutica e um assessor próximo a Fernando Henrique. Em dezembro, sindicato propõe a Câmara Regional do ABC para discutir os problemas da região.
1996
O frango, símbolo do sucesso do Real por seu baixo preço, sofre reajuste de 50%. Desemprego é o pesadelo do Plano Real. Em março na convenção para definir a chapa que representaria o Sindicato na eleição para a nova diretoria, surge uma dissidência. Alguns diretores, derrotados na convenção, rompem com a idéia da unificação e formam um grupo dissidente em Santo André. Com chapa única, Luiz Marinho é eleito presidente com 97% dos votos. Polícia Militar mata 19 (número oficial) trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás, no Pará. Mais uma imagem do Brasil que ganha o mundo. Na manhã de 23 de junho, PC Farias e sua namorada são encontrados mortos no quarto na residência de PC, em Alagoas. No dia seguinte ao crime, antes da chegada dos peritos, irmãos de PC Farias mandam lavar o quarto e queimar o colchão, o que dificulta as investigações. A morte de PC fecha um ciclo de histórias de crimes e tragédias do governo Collor. Pedro, o irmão do delator, morre vítima de tumor no cérebro. Logo após Elma Farias, mulher de PC, morre em conseqüência de infarto. Fechando o ciclo de tragédias, PC Farias é assassinado e tornando-se arquivo morto da corrupção no País. Eleições gerais inauguram o voto eletrônico na maioria das capitais brasileiras.
1997
Estoura o escândalo dos precatórios, envolvendo Banco Central, governadores e prefeitos de vários estados e municípios. Paulo Maluf é o mentor de todo o esquema, que também envolve Celso Pitta, prefeito de São Paulo e afilhado político de Maluf. Relatório final da CPI acusa mais de 50 pessoas, mas depois de um conflito político envolvendo Câmara e Senado, surge um novo relatório mais brando e omisso: ninguém é condenado. Números de fevereiro revelam que governo Fernando Henrique é recordista em apresentação e reedição de medidas provisórias, com 1.249 emendas. O mundo se espanta com a noticia de clonagem em seres vivos. Estudo da ONU e do Banco Mundial aponta o Brasil como o país com a maior desigualdade social. Por outro lado, o Brasil tem a segunda maior frota de jatos executivos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Cesta básica custa mais que o salário mínimo. Sindicato discute seu futuro no 2º Congresso dos Metalúrgicos do ABC. Imagens veiculadas pela tevê em todo o Brasil e no mundo denunciam a violência da Polícia Militar em uma blitz na favela Naval, em Diadema. No dia 17 de abril, marcha do Movimento dos Sem-Terra chega a Brasília acompanhada de milhares de trabalhadores. Encontro fica registrado como o maior ato de oposição ao governo, com aproximadamente 100 mil pessoas. Nas madrugada de 20 de abril, dia seguinte ao dia do Índio, garotos de classe média de Brasília põem fogo em um índio que dormia num ponto de ônibus. Para justificar o crime, eles dizem que pensavam ser um mendigo e queriam pregar uma peça uma brincadeira... Mais uma vez, o Brasil choca o Mundo. A justiça não considera como homicídio qualificado, o que resulta no abrandamento da pena dos autores da selvageria. A moda pega e, dias depois, um mendigo é incendiado em São Paulo. No dia 09 de agosto morre Herbert de Souza, o Betinho, um exemplo de luta pela vida. Aprovada a emenda da reeleição.

Um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX é a destruição do passado, ou melhor, a destruição dos mecanismos que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas. É o que Hobsbawm em sua obra Era dos extremos – o breve século XX (1914-1991) caracterizou como sendo uma “presentificação” que dissolve a memória histórica. Diz ele: “Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem” (HOBSBAWM, 1995, p. 13). Na verdade, homens e mulheres sem consciência do passado não podem construir o futuro. Não seria isso o “fim da história”? Talvez por isso seja importante realizarmos eventos onde possamos nos lembrar – e discutir – o nosso passado público, resgatando a memória histórica, refletindo não apenas sobre o passado distante, mas o passado recente, da nossa geração. Mesmo para aqueles que viveram o Brasil dos últimos 20 anos, alguns acontecimentos históricos parecem distantes, e é urgente refletirmos sobre isso, pois, como diz o ditado latino, aqueles que não compreendem o passado estão condenados a repeti-lo. Marx complementaria: primeiro como tragédia, depois como farsa. Os últimos 20 anos de história do Brasil parecem demonstrar isso – de 1978 a 1998, vivemos 10 anos de tragédia social, da “década perdida”, da luta social e política de resistência à truculência do bonapartismo militar e de construção das liberdades políticas, e 10 anos de farsa democrática, do estertor da “Nova República” e da nova prepotência liberal, do consenso imposto pelas elites financeiras indiferente às necessidades sociais.
A trajetória do sindicalismo no Brasil de 1978 a 1998 aparece como uma passagem, no plano da estratégia sindical, da confrontação à cooperação conflitiva, ou ainda, da luta de classes na produção para uma “convergência antagônica”, ou um sindicalismo de participação ou de “concertação social”, que é, nada mais, nada menos, que um defensivismo de novo tipo, de cariz neocorporativo. O que procuramos caracterizar aqui é a prevalência progressiva na prática sindical hegemônica da CUT nos anos 90 desse neocorporativismo operário, que tende a debilitar a perspectiva de classe que caracterizou a luta política e sindical no Brasil dos anos 80.
2010
Até hoje todas as conquistas são através de muitas lutas, mas os resultados estão aí, nunca se houve tantos benefícios para um trabalhador como se tem hoje. Quando uma empresa oferece ao trabalhador vários benefícios não é por que ela deseja oferecer.
São os resultados das muitas conquistas que foram conseguidas através de lutas, negociações, paralisações parciais, paralisações totais, movimentos do povo trabalhador, que está ciente que é a peça mais importante desta locomotiva que impulsiona nosso país, através da educação e das informações que hoje são passadas para a classe trabalhadora de várias formas pela mídia escrita e falada, conversas corpo a corpo com os trabalhadores.
Estamos a cada dia mais longe da ignorância e prontos para lutar por nossos direitos com sabedoria serenidade e astucia!

CONHEÇA SÃO FRANCISCO XAVIER: DISTRITO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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Lindo por seus rios, lagos, cachoeiras, trilhas, pousadas, restaurantes etc

Algumas opções de caminho para SÃO CHICO

SP 50
São José dos Campos - Monteiro Lobato

SJC 150
Antiga SJC-216 - Estrada Vereador Pedro David - Monteiro Lobato - São Francisco Xavier - 54,8km de asfalto

SJC 155
Estrada da Água Soca / SJC-150 - São José dos Campos - São Francisco Xavier - 36km

SJC 214
Estrada Ezequiel Alves Graciano - São Francisco Xavier - Joanópolis.
Saindo do Centro de São Francisco Xavier, pegar a Estrada Ezequiel Alves Graciano por cerca de 27 km em direção a Joanópolis. Daí entrar a direita por mais 13 km passando por fazendas até sair no asfalto. Então tomar a direção de Monte Verde e são mais 10 km até chegar lá. No total são 50 km de percurso.


Portal da cidade uma maravilhosa recepção

Depois destas festas agitadas São Francisco Xavier é sem dúvidas uma grande pedida

Com passeios nas praças da cidade no aconchego que só ela tem São Xico


Cachoeiras incríveis e refrescantes


Praça de São Xico tudo de bom para relaxar e até ler um livro




Caro companheiro, você deve estar se perguntando, como é que eu nunca ouvi falar deste lugar lindo. Bom... agora já sabe né o que esta esperando venha conhecer, SÃO XICO te espera.

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